A complexidade da felicidade
Filósofos refletem, escrevem e palestram sobre felicidade há dezenas de séculos, ingênuo seria eu, querer criar o meu próprio conceito. Melhor faço, se escrevo sobre o que vou aprendendo sobre este tema ao longo do caminho.
Como de praxe, Clovis de Barros, me leva reflexões sobre a qual não havia me debruçado antes. Em escritas anteriores havia associado a felicidade a progresso, a momento presente sem esperança, a ter um objetivo e trilhar o caminho aproveitando-o ao máximo, a levar a vida o mais próximo possível do 8, a balancear saúde, esporte, trabalho, familía e prazeres efêmeros (álcool, comida, sexo), a aceitar a imutabilidade do passado e fazer escolhas!
Eis que agora uma nova perspectiva, ou conceito associado a felicidade se abre e este se dá o nome de repertório! Sim. Com minha mente que anseia por simplificação, a lição que me dou hoje é: felicidade = repertório! Como toda forma de simplificação, a definição de felicidade por outra palavra é empobrecedora, motivo pelo qual compartilho a seguir como vejo este conceito se somando aos demais que fui acumulando ao longo dos anos.
Reflexões sobre repertório
Quanto mais repertório eu tenho, mais eu consigo variar prazer. Se eu sei apreciar arte, música, esporte, psicologia, inteligencia artificial, filosofia, matemática mais prazer distinto eu terei, de tal forma que se me falta ou entendia a música, me faz companhia a matemática, ou se cansado dos estudos sobre inteligência artificial eu me ver, me refugio na filosofia e, se de tanto pensar, quiser me refugiar no corpo, porque não nadar, pedalar e correr? E se, por fim, me faltar prazer em qualquer uma destas áreas, que eu faça uso dos ensinamentos da psicologia e entenda que esta é a natureza do ser humano, afinal, buscamos o prazer, mas é da natureza humana, sofrer e através dela que valorizamos o prazer em si.
O final de semana só existe porque tem a segunda-feira e o prazer só existe porque há sofrimento, já passei da fase em que achava que quem só fazia postagens legais no Instagram era embaixador da felicidade a ser vivida. Hoje sei que aquela pessoa linda, maravilhosa, rica, que bate um recorde atrás do outro, é chata, entendiante e sofre consigo mesmo, embora não pareça, pois a realidade que se vê é a exposta e escolhida por quem fez a postagem e não a vida como ela é.
Viva o conhecimento, viva o repertório, viva o ilimitado
Portanto, conclusão empobrecedora, mas que atende a didática: repertório = mais prazer = mais felicidade e do lado oposto: menos repertório = menos prazer = menos felicidade.
Se só durmo, como, trabalho e bebo nos finais de semana, menos repertório terei e portanto menos felicidade.
O mágico de tudo isso é que a maior parte do repertório que podemos adquirir está disponível gratuitamente ou a custo acessível através de livros e em conhecimento compartilhado por vídeos (e não cortes de Tiktok e Instagram) disponíveis na internet.
Desta forma, cabe só a mim querer e desenvolver o meu próprio repertório. O mais delicioso de tudo isso, é que é uma jornada sem fim, pois quanto mais aprendo e desenvolvo meu repertório, mais eu descubro novos conhecimentos, afinal, como diz a filosofia, o desejo só existe enquanto busco algo que ainda não tenho, pois a partir do momento que eu já o tenho, eu já não o busco mais! Como só sei que nada sei, celebremos!
Viva o conhecimento, viva o repertório, viva o ilimitado!