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A vida é dura

Posted on 26/05/202526/05/2025 by Paulo Gontijo

“A beleza está nos olhos de quem vê”, “tudo é possível”. Aprecio estas duas frases pois elas trazem para mim a missão de escolher e encarar a vida com a minhas próprias lentes e ações.

A vida é dura

A vida é dura para todos nós. Para o rico, para o pobre, para o branco, para o preto, para o homem, para a mulher, para o médico, para o atleta, para o adulto, para a criança. Reconhecer que a vida é permeada de altos e baixos e atuar no que tenho de controle e aceitar o que não tenho me traz tranquilidade e paz de espírito.

Se Deus, ou o acaso, ou as minhas decisões me levaram a ser calvo, gordinho, dotado de inteligência limitada, com dentes tortos, miope, ausente de talentos para música e esportes, eu jamais saberei. Fato é que estas coisas me afligiram durante a vida e hoje, olhando em retrospectiva, acredito que lidei bem com elas.

O calvo

Aceitei a calvície, não sem lutar muito. Com auxílio de minoxidil e finasterida lutei contra os cabelos que caiam. Sofri com isso dos 18 até por volta de uns 28 anos, quando aceitei que não tinha como escapar. Aos 35, com a barba novamente na moda, passei a preferir o Paulo calvo e de barba do que a minha imaginação de um Paulo cabeludo. Sofri? D+. Amadureci, aprendi e aceitei que sobre a calvice o meu poder de ação era limitado. A solução? Passei a enxergar o mundo com novas lentes.

O gordinho

Batalhei contra o Paulo gordinho! Este aí eu peguei pelo laço! Ganhei 30 quilos em 4 anos de faculdade. A obesidade impactou minha vida e a saúde foi por água abaixo. Um médico, em uma consulta de rotina me disse que apesar dos 30 anos, minha idade era de 70, dado a pressão que começava a subir e os péssimos indicadores de sangue. Decidi que essa não era a vida que eu queria e com controle alimentar e esporte, hoje os indicadores sanguíneos, a saúde e o peso estão ótimos.

O míope

A miopia veio bem antes da calvice, e com uns 12 anos eu já usava uns óculo com lentes grossas. Não era aquele fundo de garrafa exagerado, mas enfim! Também não foi fácil aceitar. A coisa deu uma piorada, quando perdi meu dente da frente em uma partida de futebol. A recuperação deixou ele amarelado e projetado para frente. Imagine você, eu com 30 anos acumulei: miopia, dentes tortos, calvície, obesidade e saúde ruim. A coisa ficou feia! Lembro-me claramente da minha imagem refletida no espelho que tinha na sala de um pequeno apartamento que morava em Copacabana. A imagem da pessoa que eu não gostava estava ali projetada.

O sem jeito pra nada

O talento? Ahhhh… o talento! Meu pai batalhou pra ver se encontrava no filho aqui o dom pro violão, para o futebol, para o volei… mas cara! Deu tudo errado. Quando iam selecionar o time na peladas organizadas no clube que eu frequentava no final de semana, eu era o último a ser escolhido. No violão, mesmo depois de 1 ano de aula, eu aprendi a tocar somente Parabéns e A Banda de Chico Buarque, que não tinha mais do que uns 3 acordes diferentes. Como já vivi 43 anos e ainda não descobri nenhum talento, acho pouco provavel que eu encontre algo parecido agora, mas! Sim, tem um mas! O esporte, no caso o triatlo, apareceu na minha vida. No inicio como o principal catalisador de perda de peso e de conteúdo para impressionar nas redes sociais, depois como um forte aliado para perseguir o “tudo é possível” (o slogan do ironman).

Eu não tenho talento para o esporte… mas olha! Eu tô dando o meu máximo e eu vejo aqui, o lugar ideal para perseguir um sonho que passei a ter: estar entre os melhores atletas do mundo na competição que ocorre anualmente no Havaí. Quando? Não sei. Não depende só de mim. Mas eu juro, eu vou pra este treco, nem que seja com 80 anos de idade. Este é o meu sonho, este é o meu desafio! E depois que eu realizar este sonho? Sei lá… vamos primeiro realiza-lo né?

O de inteligência limitada

Sobre a inteligência limitada. No colégio eu tirava 7 em quase tudo. De vez em quando tirava 5, mas então era resgatado pelas provas de recuperação. Só com a matemática eu tinha alguma facilidade. Os números conversavam comigo, mais do que as letras e média era 8.5. Nunca tomei bomba. Fui pra faculdade, não fui habilidoso o suficiente para passar na UFMG. Formei em Computação também com notas medianas e tive uma carreira razoavelmente ok, mas por volta de uns 35 anos, junto com meu processo de emagrecimento passei a ler mais sobre comportamento, psicologia, filosofia. Consultei minha IA generativa de estimação e ela disse que inteligência está relacionado a raciocinio lógico, assimilar novas informações, ajustar conhecimentos passados e contextos, gerar e conectar ideias dentre tantas outras. Continuo me achando um rapaz mediano no que tange isso tudo aí, mas cara… vou te falar, eu consegui desenvolver uma parada, que me orgulho muito, que é ser camaleão.

Algo bom: o camaleão

É! Eu tenho uma capacidade que muito me orgulha de olhar quase toda afirmação ou idea, buscando o contraponto, mas ao invés de ser o chato que investe neste contraponto buscando o tempo todo vencer o ponto, o que me orgulha é a capacidade de encontrar o caminho do meio! Não é 8, não é 80 é 44. Sinceramente não sei ao certo como adquiri isso. Atribuo as minhas leituras constantes de filosofia e psicologia. O nome deste tipo de inteligência? Não sei. Na verdade nem sei se isso pode ser considerado inteligência, mas fato é que eu desenvolvi isso depois de velho já.

Ressignificando tudo

Na calvice, na miopia, na inteligência limitada, na ausência de talento, na obesidade, creio que os pontos de inflexão foram relacionados a enxergar o que era ruim, com olhos de quem vê coisa boa e de reinterpretar o limite como uma barreira autoimposta. “A beleza está nos olhos de quem vê”, “tudo é possível” são hoje meus mantras de vida e isso me dá uma sensação de liberdade muito grande. Saber que dá pra ser uma versão melhor de mim dia após dia, que posso interpretar o mundo sob a minha ótica e tolerar aquilo que não depende de mim, é certamente minha melhor escolha e portanto minha liberdade 🙂

Category: Reflexões

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