Sim! 42 é a resposta! Mas calma. Qual é a pergunta?
Esta sátira foi escrita no livro “O guia do mochileiro das galáxias”. Nele, é narrado que depois de milhões de anos, o computador mais potente do mundo, produziu a resposta para a pergunta definitiva sobre a existência. Eis que surge a resposta: 42!
O problema é que ninguém lembrava mais a pergunta.
Esta é a ironia e a beleza da vida: ela não tem respostas definitivas para as grandes questões. Ainda assim, o nosso mundo está repleto de fórmulas prontas, receitas para o sucesso profissional, pessoal. Resolução absoluta para o corpo e mente. A disposição: pílulas (agora também em forma de injeções) e comportamentos, que se repetidos, te levarão a ser imune ao sofrimento, plenamente feliz, rico e com um corpo de atleta olímpico!
A ciência, que tem como espinha dorsal a causalidade, quando citada, parece que eleva o narrador ao status de dono da razão. Também pudera, durante a pandemia, uns malucos tiraram do “suvaco” a ideia de que vacina é vilã e não solução. Como combatemos estes loucos? Ciência neles, e ciência para tudo a partir de agora: você está apaixonado? Então é porque um neurotransmissor, entrou em contato com outro, que produziu uma sensação X e agora você está apaixonado. Está sofrendo? Calma, iremos aplicar uma injeção de um neurotransmissor Y e em minutos você estará bem.
Agora passemos adiante. Vamos falar de Deus!
Mas calma! Deus? Não. Se você acredita na ciência, se você é inteligente o suficiente para compreender E=mc2, você não pode vir com estas conversas. Você deve falar sobre quântica, Big Bang, Darwin e outras teorias cientificas.
Mas calma!
De novo!
Deus não é íntimo? Não está dentro de nós? Depende Paulo, tem religião que diz que ele está no céu e é um senhorzinho muito bom, de barba branca e que as vezes fica bravo e manda trovões para castigar a humanidade pelos seus erros.
Certo!
Mas calma!
De novo,
e de novo!
O erro não estaria na pergunta? Sim… e morreremos com ela. Não tristes, por não ter a resposta, mas felizes por saber que a vida é este mistério, muitas vezes, não científico. Que possamos repetir sempre: O que/Quem é Deus? E ao invés de entristecer pela dificuldade da resposta definitiva, nos alegremos em saber que a pergunta é completamente equivocada.
