Pessoal, bom dia! Gostaria da opinião de vocês, sobre um tema que leio e me atualizo muito pouco e portanto me abdico de emitir opinião forte sobre o tema: política, mais especificamente política social.
Explico: estamos enfrentando dificuldades em contratar e manter empregadas domésticas que possam cuidar da casa dos meus pais em Lagoa Santa e o motivo principal alegado por elas, é que trabalhar finais de semana e ganhar R$ 2 mil por mês, não vale a pena, pois perderiam os incentivos que recebem do governo.
A minha reação é de indignação com estas políticas públicas que estão tendo o efeito de incentivar as pessoas a não trabalhar. Isso acontece, acredito, por eu ter uma cabeça enviesada de empregador e preferências políticas que se alinham mais com a direita e portanto ter o pensamento (que considero pequeno, restrito e a ser melhorado) de que ter mais pessoas no time, pagando menos, sobra mais para mim, para minha família e para minha empresa, e, que se elas quiserem ganhar mais, que estudem mais e trabalhem mais, como eu fiz. Me sinto ridiculo pensando assim e estou trabalhando para mudar este viés (tema para uma outra discussão).
Ao mesmo tempo me pego refletindo sobre o que presenciei quando estive na Alemanha. Lá, nas palavras de quem mora: trabalho doméstico não existe ou quando existe é um valor tão alto que corresponde a um % relevante de uma pessoa de cargo relevante em empresas grandes, portanto, as pessoas preferem executar tais trabalhos por conta própria a contratar empregados domésticos.
O ponto de reflexão que fiz é: será que os programas sociais de distribuição de renda, que iniciaram com o objetivo de tirar tanta gente da pobreza, estão alavancando no Brasil um movimento semelhante ao que ocorreu na Alemanha, mesmo sem querer, ou, talvez, agora, querendo?!?
Digo isso, pois é possível que se eu passar a oferecer R$ 4 mil por mês para um serviço de empregada doméstica, tais pessoas passarão, hipoteticamente, a considerar voltar a trabalhar e com isso teremos aumento da distribuição de renda e menos diferenças sociais.
Novamente, é uma visão miope de quem entende pouco ou nada do tema e ainda não analisou os indicadores para entender se isso de fato vem ocorrendo e se pode ser atribuído, sem viés ou paixões políticas, a efeitos colaterais de programas sociais de distribuição de renda.
Corrobora com isso, algumas reportagens que leio sobre logística, onde o setor enfrenta dificuldade em contratar caminhoneiros (mesmo movimento que vimos na Alemanha) e a declaração do Zema (que certamente é recheada de viés político) na reportagem abaixo.
Qual a visão de vocês sobre o tema?