Terminei hoje a leitura de “O manifesto comunista” de Marx e Engels. Busquei beber da fonte, do livro de capa vermelha, de poucas páginas e que é marco do socialismo.
O Paulo tá virando petista…
Pois é. O motivo de ler tal livro foi exatamente para beber da fonte, e interpretar sem interlocutores e partidários de tal forma a formar a criar a minha própria opinião.
Minha mãe, que lecionou para alunos do primário durante toda sua vida, uma vez me contou uma história que me marcou, ela disse: “Na escola onde eu trabalhava, a diretora, ao entrevistar novos candidatos a professor perguntava qual livro tal candidato estava lendo, se a resposta fosse Paulo Coelho era automaticamente desqualificado”. Qual o ensinamento aqui? A tal diretora, muito provavelmente influenciada por grupos sociais a qual frequentava rejeitava fortemente Paulo Coelho. Possivelmente a tal diretora em si nunca havia lido Paulo Coelho, mas sua chefe ou o seu círculo social rejeitavam tal autor e a partir de então ela passou a ecoar esta rejeição.
O ponto principal aqui não é se Paulo Coelho é bom ou ruim, eu mesmo nunca li, mas como vou saber se Paulo Coelho é bom ou ruim se eu mesmo não o ler? Se meu chefe, ou meus amigos, do circulo social a qual pertenço demonizam Paulo Coelho, deveria eu, automaticamente demonizar? Me parece pouco esperto da minha parte.
É como sem nunca ter comido rabanete, dizer que odeia!
Mas Paulo, você não precisa provar cocaína pra saber que aquilo vai te fazer mal, foi o que ouvi. Verdade! A comparação é no entanto, absurda por natureza. A cocaína, cientificamente comprovada, faz mal a saúde, já Paulo Coelho, certamente não. Portanto, comparações metafóricas que podem fazer algum sentido inicial, quando esmiuçadas provam-se sem sentido.
Fato é que prefiro enxergar o mundo com a minha própria visão, não sendo alucinado para saber que a cocaína faz mal e que Paulo Coelho, pode sim me ensinar algo.
Voltando ao “O manifesto comunista”, o que busco ao ler, é entender qual o pensamento das pessoas que investiram muito tempo de suas vidas para defender uma ideia, buscavam ecoar aos leitores.
Haverão os que seguirão a risca as ideias ali contidas, partindo para a busca da “derrubada violenta de todas as condições sociais existentes”, haverão os que taxarão a obra de literatura de petistas que deve ser evitada a leitura a qualquer custo e que se sujeitarão a influencias sociais dos círculos aos quais frequenta e adotarão a postura exemplificada de Paulo Coelho.
Já eu? Pois é… não sei ainda, afinal acabei de ler o livro. É menos sobre estar do lado A ou do lado B, é mais sobre pensar a tese, a antítese e quem sabe um dia a síntese como sugerido por Sócrates em sua dialética.
Assim, eternamente em busca de mais aprendizado, vou me construindo, para alguns temas com forte posição de lado A (ou B, como preferir), para outros, apenas um observador, por reconhecer que devido a complexidade do tema, ou pelo pouco conhecimento que tenho sobre a temática, me resta a ausência de opinião forte a respeito.
Já os temas que tenho forte posição quando ao lado que adoto, incluem o esporte, a educação, a alimentação saudável, a valorização da rotina, a busca da felicidade como filosofia primária de vida. Temas para uma outra reflexão!