A beleza é externa? Acho que não, ela reside em mim, ou como dizem: “a beleza está nos olhos de quem vê”.
Me pego olhando, de vez em quando para o horizonte. Trabalho em home office e quando faço uma pausa, pego um café e vou para a janela observar o mundo sendo vivido lá fora. É o mesmo de sempre, usualmente o que muda é uma obra civil que evoluiu ou mais rotineiramente a cor do céu e a presença de nuvens, mas o que muda não mesmo não é lá fora, a mudança ocorre dentro de mim.
Com uma frequência menor do que gostaria, talvez uma em cada 10 vezes, a minha observação passa a ser uma contemplação, passo a olhar a mesma paisagem de ontem e antes de ontem com um olhar de encantamento e aquilo me toca o coração e me gera uma alegria que não sei precisar de onde vem.
É uma paz absorta em silêncio embora o barulho dos carros esteja lá, presente o tempo todo.
Alegria gratuita, sem PIX nem cartão de crédito. Fugaz e rara.
Rubem Alves dizia que “A beleza é a face visível de Deus” e continua “Quem experimenta a beleza está em comunhão com o sagrado”.
Não sou católico nem ateu, me considero agnóstico (assunto para um outro post), mas se Deus existe ele era também como dizia Rubem Alves, um esteta!
Só que um esteta diferente, afinal a mesma paisagem que colore a minha janela ontem é quase a mesma de hoje e a beleza não é lá, é cá, dentro de mim! É como se o que está externo não fosse uma criação divina, mas o que está interno sim!
Delícia ser assim!